O que aprendi sobre formar equipes.
Minha primeira experiência prática com gestão de equipes começou quando eu tinha apenas 23 anos e me tornei gerente de uma equipe de vendas. De lá para cá, tive a oportunidade de trabalhar com uma grande variedade de profissionais e aprender com cada um deles. Hoje, tenho o prazer de liderar uma operação que conta com cerca de 200 funcionários.
Como de costume, sempre busquei aperfeiçoamento, estudei as melhores práticas e técnicas de gestão, esse conhecimento aliado à experiência ao longo desses anos me fizeram criar um modelo que acredito ser o ideal.
Nesse primeiro post sobre liderança, falaremos sobre a formação de equipes. Vale frisar que não estamos falando do agrupamento de pessoas, afinal, você pode muito bem pegar um grupo já formado e transformá-lo em uma equipe.
Cultura
O primeiro e talvez mais importante passo é determinar a Cultura da sua operação, que deve estar em linha com os objetivos da Organização. Para uma equipe funcionar, todos devem saber exatamente qual é o comportamento e direcionamento esperados em qualquer situação.
A frase de Peter Drucker expressa uma forte opinião sobre o assunto, “A cultura come a estratégia no café da manhã”. Isso fica muito evidente quando lançamos estratégias, mas as equipes não sabem muito bem como agir. A cultura é a forma como as pessoas resolvem problemas, atuam, buscam seus objetivos e determinam suas ações, ela deve permear todas as ações da empresa, da operação e principalmente dos líderes, que devem servir como exemplo de atuação. Portanto, cuide muito bem deste tema.
Determinar a liderança
O segundo ponto é determinar os responsáveis por cada setor, você pode precisar de líderes que inspiram ou de gerentes que fazem. Ambos são extremamente importantes e uma análise prévia sobre qual é o perfil necessário para cada demanda vai lhe ajudar a alocar esses profissionais da melhor maneira possível.
Hoje, existe um incentivo muito forte à liderança inspiradora, fornecendo a falsa ideia de que ela é a solução para todos os problemas, mas, em algumas ocasiões precisamos de profissionais mais técnicos, que executam com perfeição e no menor prazo possível. Então, escolha bem quem serão os líderes e os gerentes de sua equipe, eles são peças fundamentais para que a cultura da sua operação seja corretamente disseminada e executada, o que abre caminho para o alcance de suas metas.
Conhecer a equipe
O próximo ponto é conhecer o perfil dos integrantes de sua equipe. Nicholas Boothman facilitou esse processo identificando os 4 principais perfis profissionais:
- Sonhadores: Aqueles que são inovadores, gostam de criar, ter ideias e propor soluções.
- Indutores: São os que conseguem contagiar os demais, levando-os à ação.
- Controladores: Os que sabem delegar, gerenciar processos, cronogramas e entregas.
- Analistas: Aqueles que têm bom raciocínio lógico e conseguem entender cenários com mais facilidade.
É muito comum as pessoas terem características presentes em mais de um perfil, mas a tendência é que uma delas seja a dominante.
Ao identificar esses perfis, você saberá como distribuir as funções de cada um. O ideal é contarmos com uma equipe coesa, que tenha equilíbrio entre os diferentes tipos de profissionais. Vale observar que, em um grupo muito grande, essa tarefa fica a cargo dos responsáveis por cada setor, dessa forma, a análise se mantém assertiva, pois a generalização, neste caso, não costuma funcionar.
Criação de Comunidade
Com uma cultura bem definida, lideranças bem alocadas e conhecidos os potenciais e limitações de cada integrante, a equipe começa efetivamente a funcionar. Daqui para frente, existe um processo natural da formação de grupos, que é muito discutido no meio acadêmico e facilmente observado na vida real. Muitas são as definições das etapas desse processo, eu, particularmente, gosto das definições de James C. Hunter, que separa esse processo em 4 fases:
- Fingimento: É a fase em que os membros do grupo, por ainda não se conhecerem o suficiente, tendem a evitar conflitos. As discussões são generalizadas e normalmente tediosas.
- Fricção: Nessa fase, as máscaras caem, as pessoas passam a desabafar tudo que seguraram até esse momento. As divergências são postas à mesa e o clima fica conturbado com cada um querendo impor a sua posição.
- Formação: As pessoas começam a pensar de maneira mais racional em prol do grupo, não apenas do indivíduo. Para chegar a essa fase, ferramentas como feedback são muito importantes, é muito comum também que comecem a surgir “panelinhas”.
- Funcionamento: Com os conflitos resolvidos e o correto direcionamento de todos, a equipe começa a funcionar em “alta performance”. Os indivíduos percebem que a atuação em grupo é mais vantajosa e passam a buscar resultados através da sinergia.
Conheça muito bem esses passos e aprenda a lidar com cada fase, a sua atuação é muito importante para o sucesso de uma equipe.
Aperfeiçoamento
Essas dicas são apenas o início de um grande desafio, temos muito a aprender para conseguir formar equipes de sucesso, ainda serão necessários muita prática, preparação e estudo, por isso, em breve, discutiremos cada um desses pontos mais a fundo. O importante é manter uma postura de aprendiz e buscar evolução a cada oportunidade. Sua equipe agradece!
Referências: O Livro dos Negócios, diversos autores, 2011. De Volta ao Mosteiro, James C. Hunter, 2014. Como convencer alguém em 90 segundos, Nicholas Boothman, 2012
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