Cuide da motivação de sua equipe
Como vimos em um post anterior, estamos sempre desejando aquilo que não temos, por isso, a frustração pode ser um grande obstáculo na carreira de muita gente. Manter-se motivado seria a solução, mas, como sabemos, não estamos falando de uma ação tão simples.
Existem muitos estudos e linhas de pensamento sobre o tema, com incontáveis ramificações e escolas, por outro lado, parece existir uma linha central, algo que parece consenso entre gestores e pesquisadores do tema. Um desses pontos trata de sua origem, a motivação seria algo intrínseco, ou seja, que depende do indivíduo. O gestor, nesse caso, teria como responsabilidade criar o melhor ambiente possível, para que a maior parte de seus colaboradores consiga desenvolver sua própria motivação e, consequentemente, alcançar seu melhor desempenho.
Para criar um ambiente favorável, é importante considerar que a liderança é situacional e qualquer padronização está fadada ao fracasso. A gestão deve acompanhar as características de cada grupo, como vimos no post sobre formação de equipes, e deixar claro o que se espera dele, como no post Mito e Cultura. Dessa forma, haverá grandes chances de termos pessoas dispostas e com vontade de fazer as coisas acontecerem. O desafio, a partir de agora, é manter as equipes motivadas e, para isso, precisamos aprender a lidar com o sucesso e o fracasso.
Sucesso
Quando uma equipe entrega ou supera as expectativas, cria-se a necessidade de reconhecimento dos integrantes, algo que é muito comum entre os profissionais. Eu mesmo tenho essa tendência de esperar comentários positivos por projetos e realizações, particularmente, não gostaria de ser assim, entendo que minha própria análise sobre um trabalho bem feito deveria ser suficiente.
B. F. Skinner, apesar de métodos polêmicos de estudo sobre o Behaviorismo, propôs que a melhor maneira de manter as pessoas motivadas e garantir o máximo de aprendizado seria dar feedbacks a cada etapa do processo. Diferente do que acontece nas escolas, quando os alunos são reconhecidos apenas por suas notas ou profissionais que recebem feedbacks apenas quando projetos são entregues. Eu utilizo esse método e percebo impactos positivos na atuação das equipes.
Fracasso
O psicólogo Alfred Adler desenvolveu, em 1912, a psicologia individual, que identificou o como e porquê cada pessoa reage de maneira diferente à derrota. Segundo ele, quando crianças, nos sentimos inferiores por estarmos rodeados de pessoas mais fortes e inteligentes, o que nos motivaria a tentar conquistar coisas novas. Se tivermos uma psique equilibrada, cada conquista diminui esse sentimento e conquistamos confiança, caso contrário, pode se desenvolver um complexo de inferioridade. A psique de uma pessoa seria formada, não só pelo inconsciente e legado do passado (como proposto por Freud), mas também por forças presentes e conscientes, como o ambiente social.
“Crianças e adultos de personalidade equilibrada e saudável adquirem confiança cada vez que se percebem capazes de alcançar objetivos externos. Os sentimentos de inferioridade dissipam-se até que o próximo desafio se apresente e seja superado; esse processo de crescimento psíquico é contínuo.”
Alfred Adler
Como vimos, a capacidade de lidar com o fracasso depende de cada pessoa e deve ser um assunto profissional em casos extremos. Em casos mais brandos, o ambiente criado pelo gestor pode, mais uma vez, ser a solução.
Ao passar por alguns altos e baixos, com boa gestão, as equipes acabam atingindo um novo nível de maturação e, a partir daí, existem técnicas e métodos ainda mais abundantes. No meu caso, sempre que possível, prefiro liderar de forma mais democrática, em que as pessoas possam atingir e, principalmente, manter um padrão de alta performance.
Uma recente publicação da Harvard Business Review fala como equipes positivas são mais produtivas. Vale a pena a leitura!
Referências: O Livro da Psicologia, diversos autores, 2012. O Livro da FIlosofia, diversos autores, 2011. HBR https://hbr.org/